LENDAS DA GUITARRA: OS PIONEIROS DO JAZZ

O Jazz já tem um século de existência, e revolucionou toda a música que veio depois. E mesmo dentro do grande género que é o jazz, foram imensas as evoluções e ramificações, que desenvolveram todo um universo de novas linguagens que influenciaram tantos outros estilos musicais.

Desde o swing ao manouche, o jazz teve guitarristas que inovaram as técnicas e a musicalidade da guitarra e o seu legado ainda perdura até hoje. E houve um conjunto de pioneiros que mudaram tudo para os músicos seguintes que é preciso lembrar porque, sem eles, a música hoje não era a mesma.

Vamos conhecê-los?

Charlie Christian

Christian foi o primeiro guitarrista elétrico de destaque na história do jazz. Nascido em 1916, filho de um guitarrista/trompetista, Christian cresceu ao som das big bands e rapidamente foi conhecido como um talento nato.

John Hammond, produtor de jazz e olheiro (na música não deveria ser “orelheiro”?) de músicos, achou que Christian seria um grande reforço para a banda de Benny Goodman, e tentou arranjar-lhe uma audição. Mas Goodman não estava interessado em ter um músico que tocasse um instrumento –  à altura obscuro – como a guitarra elétrica, e nem o deixou ligar-se à corrente.

Hammond era teimoso e, durante uma atuação da banda de Goodman, colocou Charlie e o seu amplificador em palco. Goodman, ao ver a armadilha, lançou-se num contra-ataque e arrancou para a música mais complicada que se lembrou com a sua banda, “Rose Room”, para dificultar a vida ao artista não-convidado. Christian respondeu com um solo que convenceu de vez o líder da banda a contratá-lo, mudando para sempre a linguagem do jazz.

Charlie Christian é conhecido pelo seu fraseado fácil e cativante, por trazer a guitarra do ritmo para um lugar de destaque como instrumento solo, e por fazer a ligação entre a era do swing e o bebop. Morreu em 1942, de tuberculose, mas os três anos que passou com Goodman são testamento do seu brilhantismo.

https://youtu.be/IID2JPnGF00

Django Reinhardt

Na lista de guitarristas favoritos de todos os guitarristas deveria estar Django Reinhardt. Este belga de origem cigana foi a primeira grande estrela do jazz europeu e um dos músicos mais influentes da história da música, apesar de tocar apenas com três dedos: o anelar e o mindinho da sua mão esquerda ficaram inutilizados após um incêndio.

Django era a grande sensação musical da Paris dos anos 30, juntamente com outro monstro do jazz da época, o violinista Stéphane Grapelli. Para além de serem um dos poucos grupos de jazz que tinham a guitarra como instrumento líder, o estilo de jazz de Django era genuinamente europeu e estava carregado de influências da música cigana com que cresceu.

Reinhardt morre em 1953 com 43 anos, mas é imortal. E se acham que ele tinha limitações por tocar apenas com três dedos, vejam este vídeo, ali pelos 41 segundos.  

Wes Montgomery

Sentado nos ombros do gigante Charlie Christian, Wes Montgomery foi o primeiro dos guitarristas do jazz moderno. A sua influência atravessa décadas, estilos e, provavelmente, sistemas solares, já que a musicalidade de Wes é fora deste planeta.

Wes Montgomery definiu o som da guitarra jazz nos anos 50 e 60, alterando a sua linguagem melódica e harmónica, e até mesmo a técnica. Montgomery era um autodidata, e isso vê-se na sua forma pouco ortodoxa de dedilhar a guitarra, usando o polegar em vez de uma palheta, o que lhe dava um som próprio e único. O seu fraseado fluido e o uso de oitavas era tremendamente apelativo numa época em que o jazz estava a ficar difícil de ouvir.

Também morreu novo, com 43 anos, em 1963, de ataque cardíaco.

https://youtu.be/SazKhulEBH8

Tal Farlow

Conhecido como “Polvo”, devido à velocidade e destreza dos seus longos dedos da mão esquerda, Tal Farlow é outro autodidata que começou por aprender música num bandolim afinado como um ukulele, e iniciou-se na guitarra aos 22 anos,  depois de ouvir Charlie Christian a tocar com Benny Goodman.

Como não tinha dinheiro, construiu a sua primeira guitarra elétrica, e desenvolveu um estilo inovador e excitante, recorrendo a harmónicos artificiais e usando o corpo da guitarra como instrumento de percussão.

Tocou com Charlie Mingus e Artie Shaw, e a Gibson fabricou um modelo de guitarra com o seu nome.  É reconhecido pela linguagem nova que trouxe para a guitarra jazz e pela velocidade do seu fraseado.

https://youtu.be/PXA4U-OXQZs

Joe Pass

Nesta lista nunca poderíamos deixar passar o Joe Pass. É um dos músicos mais importantes do século XX porque era o maior a usar as melodias a partir de acordes, porque invertia acordes como ninguém na guitarra, porque cada frase tinha sentido e combinava perfeitamente com a frase seguinte. O segredo? Segundo Joe Pass: não pensar, tocar a melodia lá em cima, evitar enchimentos que não vão a lado nenhum, simplificar. Ele partilhou imensos outros conselhos, porque essa foi outra das suas grandes virtudes: é um dos maiores educadores musicais de sempre.

Pass começou a aprender música aos 9 anos, com aulas aos domingos a substituir as idas à igreja. Aos 14 já tocava numa banda ao estilo de Django Reinhardt, mas foi com a música de Charlie Parker que descobriu a sua própria voz. Reconhecido como um prodígio, mudou-se aos 20 anos para Nova Iorque, mas perdeu-se nas drogas durante 15 anos, o que o impediu de avançar na carreira. Mas nos anos 60 fez um tratamento de reabilitação e viu o seu talento reconhecido, sendo considerado um dos maiores e mais inovadores guitarristas de sempre. Não é por acaso que o seu álbum mais importante se chama “Virtuoso”.

Joe Pass também é capaz de ser culpado por dar azo à piada “uma nota ao lado não é erro, é jazz” já que dizia que nunca tinha feito nada que não tivesse um engano pelo meio.


Para dar notas ao lado ou em cheio, vocês podem encontrar a vossa guitarra para tocar jazz, clássico ou manouche, no Salão Musical de Lisboa. Visitem a nossa loja online.

 

Fonte: https://www.salaomusical.com/pt/

Maria João Pires atua no renovado centro que criou em Belgais

A pianista portuguesa fará dois recitais em dezembro no Centro de Artes de Belgais, um espaço cultural criado pela artista no distrito de Castelo Branco e que foi recentemente renovado e reativado.

A informação dos recitais, marcados para 14 e 15 de dezembro, consta da página oficial do Centro de Artes de Belgais, uma propriedade rural em Escalos de Baixo (Castelo Branco) onde anteriormente funcionou o Centro Belgais para o Estudo das Artes, fundado por Maria João Pires.

Criado em 1999 como um projeto educativo, pedagógico e cultural, com impacto na região e que chegou a ter o apoio do Ministério da Educação, o Centro Belgais para o Estudo das Artes encerrou em 2009 alegando na altura uma “difícil situação económico-financeira”.

Quase uma década depois, o projeto cultural de Maria João Pires foi renovado e reativado como Centro de Artes de Belgais, disponibilizando-se retiros musicais, espaço para atuações e oficinas de música. Há ainda uma valência de alojamento e de produção de azeite, como se lê na página oficial.

Contactado pela agência Lusa, o administrador do Centro de Artes de Belgais, Vítor Dias, explicou que em 2009 o projeto “havia encerrado devido à ocupada agenda de Maria João Pires”.

“Com imensos concertos por todo mundo não tinha tempo para tantas responsabilidades tendo que optar pelo encerramento temporário. Atualmente a situação permite que o Centro volte de novo ao seu pleno”, referiu, sem especificar há quanto tempo o centro foi reativado.

Em 2010, pouco depois do encerramento do anterior projeto, Maria João Pires afirmava, em diferentes entrevistas para a imprensa estrangeira, que iria avançar com um projeto social semelhante no Brasil, país onde pediu dupla nacionalidade.

Ao longo da última década, a pianista admitiu algum cansaço e intenção de se retirar dos palcos, embora tenha feito algumas atuações, sobretudo fora de Portugal.

Além dos dois recitais em dezembro em Belgais, nos quais irá tocar composições de Mozart e Chopin para uma audiência de 125 pessoas, Maria João Pires mantém, para 2019, o concerto a 22 de fevereiro no Palau de La Musica, em Barcelona.

Maria João Pires nasceu em Lisboa, a 23 de julho de 1944. É a mais internacional e reputada das pianistas portuguesas, com um percurso artístico que remonta a finais dos anos 1940, quando se apresentou pela primeira vez em público, aos quatro anos.

Entre os prémios conquistados pelo talento artístico contam-se o primeiro prémio do concurso internacional Beethoven (1970), o prémio do Conselho Internacional da Música, pertencente à UNESCO (1970), e o Prémio Pessoa (1989).

Em 2010, numa entrevista ao jornal Evening Standard, de Londres, declarou que “gostaria de se poder retirar”. “Já toquei muito. Toquei durante 60 anos, e acho que é demais”.

Nessa entrevista ao jornal britânico, Maria João Pires garantiu que mantinha “o mesmo entusiasmo pela música”, que continuava a gostar de tocar, embora sentisse uma mudança de atitude: “Eu não gosto de estar no palco – eu nunca gostei – mas uma coisa é não gostar, outra é não conseguir lidar com isso. Não estou a lidar bem com isso agora. Uma vez que comece a tocar, é o mesmo de antes, mas depois sinto-me muito mais cansada, porque é tão exigente – não física, mas psicologicamente”.

Fonte: DN/Lusa

Mark Knopfler dá concerto em Portugal

O guitarrista britânico, ex-Dire Straits, irá atuar na Altice Arena, em Lisboa, no dia 30 de abril.

Este espetáculo fará parte da digressão em torno de “Down the Road Wherever”, o seu novo álbum de estúdio, que será editado em novembro.

Em palco, Knopfler irá fazer-se acompanhar pela sua banda, de dez elementos: Guy Fletcher (teclados), Richard Bennett (guitarra), Jim Cox (piano), Mike McGoldrick (apito e flauta), John McCusker (violino e citerna), Glenn Worf (baixo), Danny Cummings (percussão), Ian Thomas (bateria), Graeme Blebins (saxofone) e Tom Walsh (trompete).

Ainda que o mote seja o seu disco novo a solo, de fora não deverão ficar alguns dos clássicos que marcaram os Dire Straits e por conseguinte a sua carreira, como ‘Sultans of Swing’ ou ‘Romeo and Juliet’.

Este será o oitavo concerto de Mark Knopfler em Portugal, tendo o guitarrista atuado pela última vez por cá em 2015, no festival Cool Jazz, em Oeiras.

Os bilhetes para este concerto serão colocados à venda a partir do dia 3 de novembro, a preços que vão dos 32 euros (balcão 2) aos 120 euros (plateia VIP I).

Aulas de piano individuais

Aulas de piano individuais

O que vou aqui relatar aconteceu comigo.

Quando eu tinha 12 anos estudei em um conservatório de música em que a professora atendia mais dois ou três alunos em salas separadas, mas tudo isso no meu horário particular! Ou seja, minha mãe pagava a mensalidade para eu ter 45 minutos de aula semanal, sendo que eu recebia atenção no máximo 15 minutos. Além disso, era visível o cansaço da professora, por ter que atender muitos alunos ao mesmo tempo.

Quem estava mandando no conservatório era o dinheiro e não a qualidade do ensino. Nem preciso dizer que não aprendi praticamente nada e que quase acabei desistindo de tocar piano. Foi tão frustrante que me lembro disso até hoje. Isso pode causar pensamentos assim: “Eu não sirvo para isto” ou “Aprender música não é para mim” e coisas do tipo. Será que é isso que você quer para o seu filho? Acredito que não, mas infelizmente é a realidade.

Depois desse conservatório eu tentei mais umas 3 ou 4 vezes com diferentes professores aqui na minha cidade e o resultado foi sempre o mesmo: ninguém estava preparado para ensinar uma criança. Não estou falando que os professores eram ruins. Longe disso! Simplesmente, as metodologias nunca foram adequadas para as crianças. E o engraçado é que eu nunca senti essa necessidade tão forte até ter uma filha. Naturalmente, eu sonho em ver a minha filha a tocar piano ou aprender qualquer outro instrumento que ela deseje. Isso por diversos motivos, além da minha realização pessoal é claro. O problema é que se eu não me aprofundasse no tema., talvez minha filha enfrentaria as mesmas frustrações que eu enfrentei.

Na Escola de Música Compasso Divertido as aulas são exclusivamente só para um aluno dentro do seu horário, e cada aluno terá uma metodologia consoante as suas necessidades.

Também quero falar de sonhos. Tocar um instrumento musical é um sonho que muitos adultos carregam até a morte. Eu já lidei com dezenas de pessoas assim. O grande problema é que a maioria das pessoas só vai dar conta do quanto são apaixonadas por música depois da adolescência, quando as várias situações da vida impedem o estudo e a aprendizagem. Infelizmente, em Portugal não temos uma cultura de estímulo musical nas escolas. Assim, temos um grande número de pessoas que amam música, mas cresceram sem a possibilidade de estudá-la, agora está na hora.

Na nossa Escola temos preços especiais para séniores.

Aproveite e venha falar connosco.

A música como promotora do bem-estar psicológico na adolescência

A música tem assumido um papel muito importante no quotidiano dos indivíduos, manifestando-se nas suas actividades mais usuais, como adormecer, acordar, viajar, celebrar. Sendo a adolescência um período caracterizado por grande inquietação, momentos ora de desequilíbrio, ora de equilíbrio, animados ao som da música, e dada a relação tão íntima verificada entre as emoções e a música, pode depreender-se que exista uma estreita ligação entre a adolescência e a música. O objectivo deste estudo foi compreender a influência da música no bem-estar

Ler mais

926168309
× WhatsApp

Usamos cookies para lhe proporcionar uma melhor experiência. Ao navegar com os cookies ativos consente a sua utilização. Mais informação

Usamos cookies para lhe proporcionar uma melhor experiência. Ao navegar com os cookies ativos consente a sua utilização.

Fechar